25 setembro, 2005
22 setembro, 2005
20 setembro, 2005
Nota-se
bastante bem os dói-dóis na cara...
Tenho esperança que não seja mesmo, mesmo, mesmo a tal dermatite atópica. Tenho medo e a certeza que isto se deve ao mau andar da carruagem das nossas vidas, leia-se da minha não vida.
Eu sei há coisas bem piores. Pois há. Há sim senhor. Mas isso não me consola! Nada. Mesmo nada.
19 setembro, 2005
Como explicar
18 setembro, 2005
Problemas de organização...
15 setembro, 2005
Sinto a falta de,
estar com ele mais do que 20 minutos num dia inteiro.
Parece que chorou quando o pai o deixou na creche. Parece que a educadora disse que esteve bem e papou tudo. Parece que papou o jantar e caiu na cama com soninho. Parece que a tosse está a passar.
Ouvi o seu riso, as gargalhadas no espaço de vir a casa trocar de livros para mais uma aula. Parece-me que me sinto só. Muito.
14 setembro, 2005
Finalmente
12 setembro, 2005
Desfocada
10 setembro, 2005
É...
Hoje o R. veio aqui espreitar e disse-me (podia ter escrito) que isto é deprimente. É. Tem razão. Ando assim mais menos que mais. Sem vontade e jeito para fazer nada a horas e bem feito. Prometo mudar assim que tudo o que me rodeia rodar 180º.
Mais uma vez uma fotografia tirada sem mim...
Mais uma vez tenho o minhocô de molho. Cheio de tosse estranha que nunca tinha ouvido. Cheio de dores de garganta como já vi dezenas de vezes. Com febre. Impaciente. Terno, doce e cheio de fome como só ele sabe ser mesmo quando está donte.
Amanhã temos ida, e volta, ao hospital...
É...é assim!
09 setembro, 2005
D(ormir)
Hoje quando cheguei o D. já dormia.
Fui e ele foi, brincar com o pai, para o parque. Trouxeram fotografias giras e muitas outras coisas no coração. Eu não estava lá. Trago-os no pensamento, sempre em tudo que faço, sei que eles me trazem. Gostava que me levassem. Gostava de me levar com mais facilidade para tudo isto custar muito menos.
07 setembro, 2005
Caminhar
Lavagem...
Sinto-me na máquina de lavar roupa. Ás voltas e voltas e mais voltas... nestas máquinas é suposto entrar sujo e sair lavado. Não preciso de ser lavada. Mas ninguem me pergunta se quero. Devo ter cara de falta de banho, de espuma, de comportamentos, de expectativas, de...e mais de...
Preciso do que sempre precisei, evoluir positivamente no sentido, de me tornar uma melhor pessoa. Como mãe preciso de mais tempo para viver e respirar ao lado dele, tempo para o ajudar a crescer e ele a mim. Como mulher preciso de amar e ser amada.
Preciso de tempo. Eu preciso...mas disso eles não querem saber.
06 setembro, 2005
Caixinha
Amanhã vou passar o dia aqui. Não sei muito bem a fazer o quê. Bahhhhh... trabalho a quanto obrigas!
Não vou ver o D. acordar, nem o vou poder levar à creche, nem posso ir buscá-lo, nem vou vê-lo jantar e nem sequer o vou deitar. Vou dar aulas à noite e quando chegar já vai estar a dormir. Conclusão: Amanhã não vou ver o meu filho.
Devia ser proibido pelas leis uma mãe estar longe do seu bébé, pelo menos até aos três anos, mais do que escassas horas. Porém a realidade portuguesa é diferente e é um luxo solicitações de trabalho, quanto mais discutir as horas de tal coisa.
É o primeiro dia que não o vou sentir, cheirar e mimar. Provavelmente, de certeza, que me vai custar mais a mim do que a ele. Vai ser uma violência. Faço-o por ele, por nós, pelo nosso futuro.
Vou guardar o seu sorriso o dia todo na minha caixinha de memórias , aquela, a que usa o que está dentro do coração!
05 setembro, 2005
De volta.
Já cá estamos. Hoje o D. está aqui, ao meu lado, a escrever comigo e a falar na sua linguagem. Hoje já dormiu nas escolinha. Estou tão satisfeita por se estar a adaptar bem. Falei com a educadora, finalmente, que está muito satisfeita com ele. Dança muito, ri, brinca com os brummmm e distrai os outros. Manda beijinhos, muitos, e recebe ainda mais carinhos de todas (e são muitas). Fico contente, pela sua inocência, ainda não perceber os elogios que lhe fazem. Fico triste por não estar ao lado dele, nas suas conquistas e, na descoberta do mundo e dele lá dentro.
Que a sua alegria nunca seja assombrada pelas amarguras da vida é o meu maior desejo. Que possa chegar sempre mais alto, mantendo o seu sorriso, vai ser a minha maior alegria. Gosto tanto de o ver sorrir com os olhos.
Mamãaaaaaaaa....mamãaaaaaaaaa
Hoje custou-nos mais. O meu coração parou a meio, das escadas. Ele chamou por mim. Apeteceu-me subir, a correr, para lhe dar um grande beijinho. Não subi. Hesitei. A porta fechou-se. Deixei de o ouvir. Não chorei, mas estou triste. Queria que fossem duas para poder, ir já vou buscá-lo, tê-lo nos meus braços.
04 setembro, 2005
Bilros, Madeira e Veneza
Mãos de artistas numa criatividade que faz lembrar autênticos quadros ou esculturas em linha e tecido aplicado.
Adoro feiras de velharias pelos preciosidades com cheiro a mofo a preço apetecível (tudo não chegou a 25 euros). Já decidi que nem todos irão para dentro da arca de cânfora, merecem estar expostos. Hei-de arranjar maneira de os olhar todos os dias.
03 setembro, 2005
A flor do amor
é um martírio e é selvagem.
O amor é feito de cores intensas, linhas curvas e perfume próprio. Agarra-se com força e trepa ou simplesmente não se agarra a nada e morre.
Esta, nasceu e vive à solta, martiriza os cedros na casa dos meus pais.
Espero que se martirize na nossa casa.
[maracujá
s. m., Bot., Brasil,
planta trepadeira passiflórea, de fruto comestível;
o fruto dessa planta;
martírio (planta trepadeira).]
02 setembro, 2005
Á(g)ua
Fomos ver a áua (água) a áuaaaaaaaaaaa, como diz o D. .
Andámos muito. Aquilo é grande, que se farta, liga a praia do Tamariz até à praia de Cascais. É agradável e bonito, embora seja mais interessante, pela manhã.
O D. ainda se cansou mais, correu e correu, cansou-nos. Bateu um record: estava na cama às 21.30h. Está tudo a organizar-se aqui por casa.
Andámos muito. Aquilo é grande, que se farta, liga a praia do Tamariz até à praia de Cascais. É agradável e bonito, embora seja mais interessante, pela manhã.
O D. ainda se cansou mais, correu e correu, cansou-nos. Bateu um record: estava na cama às 21.30h. Está tudo a organizar-se aqui por casa.
Já cá está(mos)
Como prometido, não chorei, não choramos.
Fui levá-lo sozinha, porque o R. estava em cima da hora. Culpa do pô que ontem nos trocou as voltas. Tinham-me dito para não ser eu a levá-lo.
-O quê?!Que disparate!!!
-É melhor não vir pois se ele a sentir ansiosa pode chorar.
-Ansiosa, eu? Chorar, ele?!
-Doçurinha, disse o R., é claro que és ansiosa.
Fiquei a pensar. Sei que sou, mas também sei controlar-me, dominar as minhas emoções. Aprendi, à custa de situações indesejáveis, a temperar a minha impulsividade e a dominar as minhas vontades. Afinal as coisas más ajudaram-me mais do que poderia imaginar.
Quando lá cheguei a educadora não estava. Estava uma das auxiliares. Perguntei-lhe o nome. Lurdes. Era o nome da minha querida avó, da minha segunda mãe, que já morreu. Só podia ser bom sinal.
Depois das formalidades com a Lurdes (ao som de uma menina que chorava, desde o primeiro dia já lá vai um ano, disse-me) pedi ao D. para dar um abraço e um beijinho à Lurdes, ele deu. Ela deu-lhe a mão e levou-o para ver um brummmm. Ele foi e eu também. Desci as escadas apressadamente, fiz por não sentir nada, não o ouvi chamar por mim e nem ia se ele me chamasse, acho eu, ainda bem que não chamou.
Vim a casa e fui a correr, ao som da rádio marginal, para o colégio. Não era uma reunião era uma conferência, uma acção de formação, subordinada ao tema: "Determinantes científicas e pedagógicas de um projecto educativo" ou antes "Lugar do aluno no âmbito da nova corrente da eduação" dinamizada pelo Dr. José Marques, professor na Universidade do Minho. Falou desde as nove em ponto até perto da uma da tarde, apenas com um intervalo de 15 minutos. Foi interessante, mas muito longo. No meio das pedagogias ouvi ao longe um mamã, mamãaaa. Senti no meu coração que o D. chamou por mim. Não me concentrei em mais nada, senão no relógio, queria ir buscá-lo.
Fui buscá-lo eram quase duas horas, quando subi as escadas lá estava o D. sereno e sorridente ao colo de uma auxiliar, que sem me deixar dizer fosse o que fosse, perguntou:
-Este menino não dorme ao colo?!
-Não, nem ao meu. Nunca dormiu. Só na caminha dele.Chamou por mim?
-Só uma vez, disse.
Tinha a certeza, eu ouvi-o lá longe.
Passado um pouco, lá perguntei:
-Então D. não dás um abraço à mamã?
-Mamãaaaaaa.
Fiquei a saber que papou tudo, quer a meio da manhã quer ao almoço. Fez questão de conhecer os cantos à casa, teve sorte, estavam poucos meninos. Largou charme e beijinhos por todas as funcionáriase e até dançou. Sentiu-se em casa. Eu também senti que ia fazer parte daquela família. Escolhi bem, tal como esta menina me disse, o meu coração talvez tenha sabido escolher. A seu tempo confirmarei.
Um dia não são dias. Ânimos à parte, fui falar com a cordenadora, que disse que se na segunda-feira ele reagisse da mesma forma, como tudo indica, estava integrado para o resto do ano. Vai correr bem na segunda, este é o meu pensamento para o fim-de-semana.
Agora está a dormir com o seu pô.
Somos felizes. Temos que ser.
Já lá está.
Como prometi não chorei. Nem vou chorar.
Por volta da uma vou buscá-lo.
Agora vou para uma reunião.
Por volta da uma vou buscá-lo.
Agora vou para uma reunião.
(h)era
Já coloquei as coisas a jeito para o D. levar amanhã. Está lá:
-o copinho para a água;
-fralda;
-toalhitas;
-muda de roupa;
-o fiel amigo do D. o pô(zinho).
Nota 1: Pô, tradução porco, só não é mais porque tinha dois que se revezavam às voltas na máquina da roupa. Agora são três, contando com aquele que ali está para lavar acabadinho de comprar e responsável pelo enorme atraso na hora de dormir da família feliz (como diz o R.).
-o copinho para a água;
-fralda;
-toalhitas;
-muda de roupa;
-o fiel amigo do D. o pô(zinho).
Nota 1: Pô, tradução porco, só não é mais porque tinha dois que se revezavam às voltas na máquina da roupa. Agora são três, contando com aquele que ali está para lavar acabadinho de comprar e responsável pelo enorme atraso na hora de dormir da família feliz (como diz o R.).
Nota 2: Ainda não as coloquei na mala. Não tenho coragem, quando o fizer é porque o tempo acabou. No fundo, eu não queria que acabasse. Amanhã, quando estiver estremunhada do sono e a correr para não chegar atrasada à reunião das nove, porei tudo nos devidos lugares. Encherei a mala e o coração de coragem.
Nota 3:Não posso chorar amanhã. Não vou, está decidido.
Nota 4: Se crecesse, tão rápido quanto o D. colocava uma hera (do Lat. hederas. f., Bot., planta trepadeira da família das araliáceas.) no quarto. Iimpossibilitada coloco na jarra as maiores hastes.
01 setembro, 2005
É simples,
o mundo é simples.
O mundo é simples porque Deus é simples. Se conseguimos ser simples aproximamo-nos dele. Foi mais ou menos esta uma das explicação que o Sr. Pe.T. nos deu.
Será o mundo mesmo simples?
É. Realmente é.
O único problema é ter exactamente essa capacidade de simplificação.
Sou complicada, sempre fui e desconfio que não há sermões ou mezinhas que o possam mudar. Portanto, quanto à parte da aproximação, confesso senhor padre que estou distante. Mesmo muito.
O homem só se realiza no outro, nos outros com eles.Disse.
E tem toda a razão. Não fosse por isso, estava sozinha, não tentava construir uma família e em última análise não estava naquele colégio. Mas estou e estou bem. As instalações são óptimas os colegas devem ser, parecem pelo menos, e a organização extrema leva-me a pensar que não estou em Portugal, ou que o ensino público secundário só não se organiza porque deve haver quem não queira.
40 mil professores no desemprego!
Tive sorte, tenho sorte, até porque, entrar sem cunhas em Portugal vai sendo coisa rara. Eu entrei sem cunhas, logo, bicho raro lá. Agora há que prolongar este estado de graça. Como me disse o sr. padre director: "Pôr cá o pé é o mais difícil. Já cá tem o pé, agora se fizer um bom trabalho, o resto do corpo é fácil. A seu tempo.". Afinal, falar do corpo não é pecado. Pecado é, se eu, não aproveitar esta dádiva, tenha vindo ela, lá de cima ou não.
Com ele, quatro gerações
Bi é o nome carinhoso que a minha avó Nela ficou quando o D. nasceu. Foi ela que me abriu a porta num dos momentos mais difíceis, e tomou conta de mim. De mim e dele ainda na barriga. Foi na cama dela que algumas vezes fiquei perdida de dores no coração e no futuro incerto da minha gravidez periclitante. Pequenos laivos de sangue, que segundo ela os antigos diziam tratar-se de uma limpeaza do organismo, nunca abalaram a sua confinaça de que tudo ia correr bem. Correu, em grande parte por causa dela, das suas palavras e principalmente de pequenos gestos de amor que fazem sempre toda a diferença. Tinha medo do meu parto, lá tinhas as suas razões. Eu não tinha, agora tenho.
Depois do D. nascer foi ela que mais uma vez tomou conta de mim, de nós. Precisava que olhassem por mim, tinha muitos pontos e o D. uma cabeçita pequenina com uma enorme ferida da ventosa. Estava cansada tinha medos, muitos, e foi ela que esteve lá sem criticas sem imposições sem cobrar facturas no final do dia.
Mais uma vez quando apressadamente tive que ir trabalhar foi ela que ficou com o D. sozinha, só ela, com os seus 79 anos. Mimou-o e amou-o com a vagarosa calma de uma vida passada cheia de contratempos, arrependimentos e faltas de tempos para todos os que ficaram nas outras gerações. Tomou conta de nós, os três, sem nunca intreferir. Viveu cada conquista do D. como se da sua própria vida se tratasse. Diz que passou mais tempo, e tempo é coisa que lhe vai escapando pelas mãos, com ele do que com os próprios filhos e netos, e é verdade. Tenho a certeza que o ama muito, quem sabe se mais...
O ano lectivo terminou para mim e para ela. Ainda bem, na altura certa, estava magra e muito cansada. A Bi vai fazer 80 anos, são muitos anos para ficar com um menino que procura a correr a vida.
Hoje e mais uma vez vai ser ela a ficar com ele. Vou descansada porque sei que ele está bem com ela.
Amanhã e depois de amanhã, e depois de todos os depois, sei que posso contar com a minha avó. Sempre.
Espero que ela possa contar comigo. Sempre.
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