30 junho, 2006

A ver



se acertamos o passo...

Está a recuperar muito bem, ainda bem!

Custa-lhe andar com chinelos de enfiar no dedo. A mim não, mas custam-me outras coisas. Algumas muito.

Para
ti, querido primo, também estas palavras !

26 junho, 2006

Fui rever-me...

PARTE I

Escrevia em Setembro:
"o mundo é simples.O mundo é simples porque Deus é simples. Se conseguimos ser simples aproximamo-nos dele. Foi mais ou menos esta uma das explicação que o Sr. Pe.T. nos deu.Será o mundo mesmo simples?É. Realmente é.O único problema é ter exactamente essa capacidade de simplificação.Sou complicada, sempre fui e desconfio que não há sermões ou mezinhas que o possam mudar. Portanto, quanto à parte da aproximação, confesso senhor padre que estou distante. Mesmo muito.O homem só se realiza no outro, nos outros com eles.Disse.E tem toda a razão. Não fosse por isso, estava sozinha, não tentava construir uma família e em última análise não estava naquele colégio. Mas estou e estou bem. As instalações são óptimas os colegas devem ser, parecem pelo menos, e a organização extrema leva-me a pensar que não estou em Portugal, ou que o ensino público secundário só não se organiza porque deve haver quem não queira.40 mil professores no desemprego!Tive sorte, tenho sorte, até porque, entrar sem cunhas em Portugal vai sendo coisa rara. Eu entrei sem cunhas, logo, bicho raro lá. Agora há que prolongar este estado de graça. Como me disse o sr. padre director: "Pôr cá o pé é o mais difícil. Já cá tem o pé, agora se fizer um bom trabalho, o resto do corpo é fácil. A seu tempo.". Afinal, falar do corpo não é pecado. Pecado é, se eu, não aproveitar esta dádiva, tenha vindo ela, lá de cima ou não."
E ainda:
Sinto-me na máquina de lavar roupa. Ás voltas e voltas e mais voltas... nestas máquinas é suposto entrar sujo e sair lavado. Não preciso de ser lavada. Mas ninguem me pergunta se quero. Devo ter cara de falta de banho, de espuma, de comportamentos, de expectativas, de...e mais de...Preciso do que sempre precisei, evoluir positivamente no sentido, de me tornar uma melhor pessoa. Como mãe preciso de mais tempo para viver e respirar ao lado dele, tempo para o ajudar a crescer e ele a mim. Como mulher preciso de amar e ser amada. Preciso de tempo. Eu preciso...mas disso eles não querem saber.
lado a lado com ele. Não quero ser paralela à sua vida. Tenho saudades e não sei se tomei a decisão certa, adequada ao que quero para ele e para nós.Sinto-me sem alegria.
Em Outubro:
"Paro e penso. Mais importante que o eu passou a ser o ele. Ele tem um futuro de inúmeras opções pela frente, gostava que não optasse nunca por exclusão de partes, gostava que não houvessem impedimentos de qualquer ordem para que opte sempre com o coração. Gostava de o ensinar a ser sempre feliz com aquilo que tem: muito ou pouco, tanto faz. O que faz a diferença é o que o coração diz. Ás vezes acho que nunca vou ser capaz de lhe ensinar aquilo que faz toda a diferença. Mas gostava muito. "
"Continuo circular à volta do mesmo sem tomar decisões, a deixar passar, a aguentar a engolir e a (in)decidir o que fazer com a minha (nossa) vidita. Desculpo-me com ele, que o faço por ele...só por ele...e deixo os (meus) dias maus voltarem persistententemente."

Novembro:
"Dói-me a garganta, porque sempre me doeu, e, porque sempre me deu problemas. Mas agora o grande problema dela são mesmos os berros desmedidos numa tentativa frustada mal acabada e pedagógicamente errada de manter os selvagens dos meus alunos pré-adultos interessados na (des)interessante matemática. Estou sem voz e eles continuam com a deles muito alta. Pedagogicamente errei humanamente dei cabo da garganta."
"Amanhã acho que vou faltar, acho que não posso, mas quero e querer é puder mesmo que eles não deixem e nem percebam. Paciência.Se o D. continuar assim esgotei a possibilidade de especialistas, já foi ao pediatra ao alergologista e ao otorrino...menos certezas e menos, muito menos, euros na conta. Errei no curso. Erro em continuar a desgastar-me (nos) desta forma.
Continuo farta daquilo, mas resignada. Nunca ,enquanto estudei, fiz tantos trabalhos de casa como agora.Nunca me diverti tão pouco.Nunca trabalhei tão contrarida.Nunca me ri tão pouco.Nunca sorri tanto, só porque sim."
Dezembro:
"aqui...Com tudo em atraso, principalmente a vontade!"
Março:
"e farta..."
"Gosto do que faço, dos miúdos (graúdos) e tenho aprendido muito neste ano.Evolui. Mas sinto a falta do D. e culpo-me por não estar nos dias dele, e ele não caber nos meus.Se fosse de outra maneira haveria de haver outra qualquer coisa. Há sempre coisas. Mas tenho medo dos danos, nele e em mim.O tempo vive-se no agora e não no futuro. Acho que não estou no presente, há força de querer não faltar no futuro."
Maio:
"Sorriso de pedra"
Junho:
"ando mesmo muito cansada. De pontos brancos e outites e tudo o que acaba em "ites", principalmente todas as chatices da vida do último ano.
Ando cansada. Disto, daquilo, dele, deles e de mim nesta vidita que teima em não ser mais vida vivida, mas vida passada.
Ando cansada de tudo deixar de me apetecer."

PARTE II

Junção dos pedaços soltos nas frases a vermelho:

O mundo é simples porque Deus é simples.Sou complicada, sempre fui e desconfio que não há sermões ou mezinhas que o possam mudar. Portanto, quanto à parte da aproximação, confesso senhor padre que estou distante. Mesmo muito.O homem só se realiza no outro.Não fosse por isso não estava naquele colégio. Mas estou e estou bem. As instalações são óptimas os colegas devem ser...

"Pôr cá o pé é o mais difícil. Já cá tem o pé, agora se fizer um bom trabalho, o resto do corpo é fácil. A seu tempo.". Afinal, falar do corpo não é pecado. Pecado é, se eu, não aproveitar esta dádiva, tenha vindo ela, lá de cima ou não.

Não preciso de ser lavada. Mas ninguem me pergunta se quero. Tenho saudades e não sei se tomei a decisão certa, adequada ao que quero para ele e para nós.Sinto-me sem alegria.

...opte sempre com o coração. O que faz a diferença é o que o coração diz...

Continuo circular à volta do mesmo sem tomar decisões, a deixar passar, a aguentar a engolir e a (in)decidir o que fazer com a minha (nossa) vidita. Desculpo-me com ele, que o faço por ele...só por ele...e deixo os (meus) dias maus voltarem persistententemente.

Pedagogicamente errei ...

Amanhã acho que vou faltar, acho que não posso, mas quero e querer é puder mesmo que eles não deixem e nem percebam. Paciência.Errei no curso. Erro em continuar a desgastar-me (nos) desta forma.

Continuo farta daquilo, mas resignada. Nunca ,enquanto estudei, fiz tantos trabalhos de casa como agora.Nunca me diverti tão pouco.Nunca trabalhei tão contrarida.Nunca me ri tão pouco.Nunca sorri tanto, só porque sim."

Gosto do que faço, dos miúdos (graúdos) e tenho aprendido muito neste ano.Evolui. Ando mesmo muito cansada. De pontos brancos e outites e tudo o que acaba em "ites", principalmente todas as chatices da vida do último ano.

Ando cansada de tudo deixar de me apetecer.

PARTE III

E foi assim. O meu sorriso de pedra acabou. Sinto-me tranquila e satisfeita com o meu trabalho. Sinto-me alíviada, muito. Acho que nos sentimos todos. Disseram-me que o facto de ser independente podia ser uma qualidade mas que para ali era um defeito. Fico feliz por ser fiel a esse princípio e todos aqueles em que acredito.

Acredito que num mundo competitivo é mais importante ser do que parecer. Há aqueles os que ficam que parecem e eu que vou, sou.

(Re) Aprendi que com esforço ultrapassamo-nos. E aprendi que existem pessoas que investem a maior parte do seu trabalho em analisar o esforço dos outros com medo de se analisarem a elas próprias. Verifiquei que ser honesto é talvez a melhor forma de nos sentirmos tranquilos e que ver a falta de honestidade nos outros é a pior maneira de ser cordato.

Em forma de despedida houve alguém que me disse que nada acontece por acaso. Pois não, eu não ouvi o meu coração, que sempre me disse que aquele não era o meu lugar. Não era, não é, nem será.

24 junho, 2006

Ele



brincava, no mesmo dia, no ano passado com a máquina e agora também!

Desde o quinto dia de operação que começou a fazer as duas refeições e as intermédias, deixou de chuchar nos dedos e teve saudades do bibas (biberão). Anda muito mais mimado e agarrado à mamã e ao papá. Está farto de estar em casa e já pesa mais. Queixa-se do dente sem saber que o que lhe doí é a garganta...

Acabou-se o meu atestado vou vigiar os meninos nos exames nacionais, e não me apetece mesmo nada!

Nota: Afinal goste e muito, muito, de gelados.

20 junho, 2006

Há exactamente

um ano atrás bebia sumo de laranja, agora não posso é muito ácido.


agora vou andando...
Devagarinho...um passo em frente e outro atrás...mas podia ser pior....muito.
Não gosto de gelados. Tenho ainda muitas olheiras. Mas estou-me a portar muito bem. E não me peso...mas acho que tenho menos peso do que naquela fotografia!

14 junho, 2006

Já está



Correu bem.Até agora.

Há um ano atrás, no dia da operação, estavas assim...bem melhor.

Tens um grande doí-dói...mal falas...tens muita baba...e pensas que tens dói-dói no dente...não podemos sair durante quinze dias. Comes muito pouco, quase nada. Deves pesar menos do que na fotografia de há um ano atrás. Tenho que me lembrar que é um pós-operatório e que és muito pequeno. E aguentar. Queria que nunca tivesses que ter passado por isto. Há coisas que não percebo. Nem nunca vou entender.

09 junho, 2006

Porque


estamos pensativos.

Porque sabíamos que o dia em que os antibióticos deixassem de fazer efeito estaria para breve.
Porque sabemos que a operação na quarta-feira vai correr bem.

Porque estou feliz por pensar na possibilidade de uma vida (sem antibióticos) para ele.
Porque desde os 6 meses que não me lembro de um mês em que ele não estivesse doente.
Porque tenho esperança que nesta possibilidade.
Porque já não aguento mais vê-lo doente. A ele e a nós.

Porque mesmo assim, estou triste. Muito.
Porque gosto dele. Muito. Tanto.
Porque é nosso filho.
Porque ele é uma criança com dois anos e pouco.
Porque as crianças têm que ser felizes.
Porque preferia ser eu a sofrer em vez dele.

04 junho, 2006

Porque


ando mesmo muito cansada. De pontos brancos e outites e tudo o que acaba em "ites", principalmente todas as chatices da vida do último ano.
Ando cansada. Disto, daquilo, dele, deles e de mim nesta vidita que teima em não ser mais vida vivida, mas vida passada.
Ando cansada de tudo deixar de me apetecer. Apetecia-me que ele estivesse bem. Isso chegava. Isso ia mudar tudo. Por agora.
chatice
s. f., fam.,
qualidade de maçador;
coisa aborrecida, importuna;
maçada;
baixeza.